Hipotireoidismo em Cães: Raças, Sintomas e Tratamentos

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O hipotireoidismo, em cães, ocorre quando a glândula da tireoidenão está produzindo a quantidade suficiente de hormônios, principalmente o T3 e o T4. Essa doença, também comum em humanos, é comum em cachorros, especialmente em cães de raça com pré-disposição à doença, como por exemplo Golden Retriever, Doberman, Pinscher Standard, Terrier Tibetano, Boxer e Malamute do Alasca.

Se você desconfia que seu cão possa estar com hipotireoidismo, leve-o ao veterinário assim que possível. Se não for tratado em tempo hábil, o cão pode entrar em coma mixedematoso – uma emergência que causa hipotermia, pressão baixa e pode ser fatal.

Quais os sintomas de hipotireoidismo em cães?

O hipotireoidismo é um problema hormonal que afeta muitos cães, especialmente de meia-idade a idosos. Ele acontece quando a tireoide, uma glândula localizada no pescoço, produz hormônios em menores quantidades do que o necessário. Esses hormônios são responsáveis por controlar o metabolismo do corpo.

Os sintomas mais comuns são:

Cansaço e apatia

O cão fica mais parado, dorme muito e perde o interesse por brincadeiras e caminhadas.

Ganho de peso sem comer mais

Mesmo comendo a mesma quantidade, o cão engorda com facilidade.

Intolerância ao frio

O pet sente mais frio que o normal e busca lugares quentinhos.

Problemas de pele e pelos

Queda de pelos (principalmente nas laterais do corpo e na cauda), pelos mais secos e quebradiços, pele escura ou com aspecto oleoso, além de infecções de pele frequentes.

Alterações neurológicas (mais raras)

Alguns cães podem ter fraqueza nas pernas, andar arrastando as patas ou até apresentar crises convulsivas.

Se o seu cachorro tem vários desses sintomas, o ideal é procurar um veterinário.

Causas do hipotireoidismo em cães

O hipotireoidismo pode ter diferentes causas, mas em mais de 90% dos casos, o problema é da própria glândula tireoide (chamado de hipotireoidismo primário).

As principais causas são:

  • Doença autoimune

O próprio sistema imunológico do cão ataca a tireoide, destruindo suas células.

  • Degeneração da tireoide

A glândula vai diminuindo e perdendo a capacidade de produzir hormônios.

Em casos mais raros, o problema pode vir de outra região do cérebro (hipófise), que é quem “dá o comando” para a tireoide funcionar (hipotireoidismo secundário).

Uma pesquisa destacou que o risco de ter hipotireoidismo em cães aumenta com a idade, com cachorros de 11 a 13 anos tendo 4,54 vezes mais risco de hipotireoidismo versus cães de 5 a 7 anos. Além disso, esse risco cresce quando o peso corporal desses cães aumenta.

Como o veterinário diagnostica o hipotireoidismo?

O diagnóstico é feito com base nos sintomas e em exames de sangue específicos. Os principais exames são:

  • T4 total: Mede a quantidade de hormônio tireoidiano no sangue.
  • TSH: Verifica se o organismo está tentando estimular a tireoide a produzir mais hormônio.
  • T4 livre: Exame mais preciso, usado em casos de dúvida.
  • Anticorpos contra a tireoide: Para saber se a causa é autoimune.

O veterinário também pode pedir exames complementares, como hemograma e perfil de colesterol.

Como tratar o hipotireoidismo em cachorro?

O tratamento é simples e costuma trazer ótimos resultados. Consiste em dar ao cão um hormônio sintético chamado levotiroxina, que substitui o que a tireoide deixou de produzir.

Como é a medicação?

A levotiroxina é dada via oral, geralmente duas vezes ao dia, pelo resto da vida.

Quando aparecem os resultados?

Os primeiros sinais de melhora surgem após 2 a 4 semanas de tratamento. O cão volta a ter energia, o apetite e o humor melhoram, e os pelos começam a crescer de novo em algumas semanas.

O veterinário fará exames de controle regularmente para ajustar a dose e garantir que o tratamento esteja funcionando.

O hipotireoidismo em cães tem cura?

O hipotireoidismo não tem cura definitiva, mas com o tratamento certo, o cão pode ter uma vida completamente normal e saudável. Basta seguir corretamente a medicação e fazer os acompanhamentos veterinários.

Interromper o tratamento pode fazer os sintomas voltarem, então é importante manter o cuidado ao longo da vida.

Raças com maior risco de Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é mais comum em cães de porte médio a grande, mas algumas raças têm predisposição genética à doença. As mais afetadas incluem:

Estudos confirmam que essas raças têm risco acima da média, enquanto cães de pequeno porte (como Pug, Bulldog Francês e Yorkshire Terrier) e SRDs (vira-latas) são menos afetados.

O que é a Síndrome de Cushing em cachorro? (E como diferenciar do hipotireoidismo)

A Síndrome de Cushing, também chamada de hiperadrenocorticismo, é uma doença hormonal que afeta a produção de cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”. Enquanto o hipotireoidismo acontece por falta de hormônios da tireoide, o Cushing é causado pelo excesso de cortisol no organismo.

Esse excesso pode ocorrer por duas razões principais: a mais comum é um problema na hipófise, uma glândula no cérebro que começa a estimular demais as glândulas adrenais. 

A outra possibilidade, menos frequente, é a presença de um tumor nas próprias adrenais, que faz com que elas produzam cortisol em excesso por conta própria.

Os sintomas do Cushing também afetam o metabolismo e a pele dos cães, mas de forma bem diferente do hipotireoidismo. 

Os cães com Cushing costumam ter muita sede e urinar em grande quantidade, a ponto de, muitas vezes, não conseguirem segurar o xixi. Também é comum o animal ter fome exagerada, ficando obcecado por comida. Outro sinal típico é a barriga inchada e flácida, chamada de abdômen pendular, que acontece por fraqueza muscular e acúmulo de gordura na região abdominal.

Na pele e na pelagem, o cão com Cushing costuma apresentar queda de pelos generalizada, pele mais fina e frágil (facilmente machuca e forma hematomas), além de maior predisposição a infecções de pele. É comum os tutores perceberem que o cão está mais ofegante mesmo em repouso, por conta dos efeitos do cortisol no sistema respiratório.

Por serem doenças hormonais que afetam a pele e o peso, muitas vezes o Cushing e o hipotireoidismo podem ser confundidos. 

Mas, de forma geral, o cão com hipotireoidismo fica lento e ganha peso “sem comer mais”, enquanto o cão com Cushing fica agitado, come muito, bebe muita água e urina muito. Além disso, o abdômen distendido e a pele fina são características mais típicas do Cushing.

O diagnóstico correto só pode ser feito pelo veterinário, através de exames hormonais específicos. 

Por isso, se o seu cão apresenta sintomas como esses, é fundamental procurar ajuda profissional para descobrir a causa exata e iniciar o tratamento adequado.

Disclaimer: As informações compartilhadas neste conteúdo têm caráter informativo e não substituem a orientação de um médico-veterinário. Cada pet é único, e recomendamos sempre uma avaliação profissional para decisões sobre saúde e bem-estar.