Catarata em Cachorro: Causas, Sintomas, Tratamento e Custos

A catarata em cães é uma doença nos olhos que afeta o cristalino, que é como se fosse uma lente dentro do olho. Essa lente fica opaca e esbranquiçada, esverdeada ou azulada, atrapalhando a visão do cachorro. Isso impede que a luz passe de forma adequada até a retina, resultando em visão turva e, se não for tratada, pode evoluir para cegueira total. A catarata pode acontecer em um ou nos dois olhos do cachorro e pode se desenvolver rapidinho, em poucas semanas, ou mais lentamente, durante meses ou até anos. É importante destacar que nem toda alteração de cor no olho significa que se trata de uma catarata. Em cães idosos, por exemplo, pode ocorrer a esclerose nuclear, que dá aos olhos um tom azulado, mesmo sem comprometer significativamente a visão. Por outro lado, a catarata verdadeira afeta seriamente a função visual e tende a piorar com o tempo. Graus de maturidade da catarata em cães A catarata é uma doença progressiva que pode se apresentar em diferentes graus de maturidade, dependendo da quantidade de opacidade no cristalino. 1. Catarata incipiente (ou facoesclerose) 2. Catarata madura 3. Catarata hipermadura Sintomas da Catarata em cachorro Olhos que apresentam tonalidades azuladas ou esbranquiçadas são um indicador clássico de catarata madura em cães, evidenciando a opacificação do cristalino e a consequente redução da visão. Os sintomas que os tutores podem identificar abrangem alterações visuais e comportamentais, tais como: O cristalino, centro do olho, pode adquirir uma coloração acinzentada, azulada ou branca, visível a olho nu. Em alguns casos, o olho pode exibir uma espécie de “névoa” ou manchas brancas atrás da pupila. Cães com catarata podem se sentir desconfortáveis em ambientes excessivamente iluminados, evitando locais com luz forte. É comum notar um aumento nas secreções oculares e lacrimejamento, frequentemente acompanhados de vermelhidão, em decorrência da irritação causada pela catarata ou de inflamações secundárias. 4. Dificuldade de visão e desorientação Conforme a catarata avança, o animal passa a ter problemas para perceber obstáculos, esbarrando em móveis, paredes e degraus. Essa dificuldade pode ainda se manifestar na incapacidade de localizar brinquedos ou reconhecer pessoas à distância. 5. Mudanças de comportamento A perda de visão pode gerar insegurança. O pet pode evitar subir em sofás ou descer escadas, apresentar maior ansiedade, se tornar mais quieto ou até demonstrar agressividade devido à desorientação. Em alguns casos, a situação pode levar à depressão, diminuição do apetite e à preferência por manter-se imóvel, especialmente quando a visão está significativamente comprometida. Conforme a catarata evolui, esses sintomas podem se agravar. Principais causas da catarata em cachorros A catarata canina pode surgir por vários motivos, que vão desde fatores genéticos até problemas de saúde mais amplos. Genética e Idade A causa mais frequente é a hereditária. Muitas cataratas são congênitas, o que significa que o cão já nasce predisposto a desenvolvê-las, especialmente em raças específicas. Além disso, cães mais velhos costumam ter a chamada “catarata senil”. Geralmente, nesses casos, a opacificação é pequena, evolui devagar e pode não levar à cegueira completa. Predisposição de Raça Algumas raças têm maior tendência a desenvolver catarata. Entre elas, destacam-se: Nestes cães, a doença pode aparecer ainda jovem, com casos de catarata juvenil ocorrendo antes dos 6 anos de idade. Diabetes O diabetes é a segunda causa mais comum de catarata em cães. Alterações metabólicas associadas à doença podem provocar o desenvolvimento rápido e bilateral da catarata. Cerca de 75% dos cães diabéticos desenvolvem catarata no primeiro ano após o diagnóstico, com o cristalino ficando esbranquiçado em poucas semanas se houver descontrole dos níveis de glicose. Doenças Oculares Inflamatórias Inflamações dentro do olho, como uveítes, e problemas na retina – por exemplo, a Atrofia Progressiva da Retina (PRA) – podem desencadear catarata. Doenças como o glaucoma também podem levar à opacificação do cristalino. Infecções (como as transmitidas por carrapatos) ou traumas leves podem iniciar essa reação inflamatória que, com o tempo, resulta em catarata. Trauma e Lesões Qualquer golpe ou ferimento nos olhos pode danificar o cristalino, provocando inflamações severas e, consequentemente, catarata. Em casos extremos, quando a cápsula da lente é rompida, a opacificação é praticamente certa. Alguns medicamentos ou toxinas, embora raramente, também podem estar envolvidos nesse processo. Causas Nutricionais e Outras A catarata causada por nutrição, embora seja menos frequente hoje em dia, ainda pode ocorrer em filhotes que não recebem uma nutrição adequada, devido à carência de nutrientes essenciais. Exposições prolongadas à radiação, como, por exemplo, em tratamentos de radioterapia na região ocular, e malformações congênitas do olho também podem contribuir para o desenvolvimento da catarata. A catarata também pode ser desenvolvida por conta de defeitos congênitos nos olhos e por longas exposições à radiação, como em casos de radioterapia na região ocular. Como a catarata canina é diagnosticada? Um exame oftalmológico completo é o primeiro passo para diagnosticar a catarata em cães. São usados instrumentos como a lâmpada de fenda e o fundoscópio. Assim, o veterinário avalia a saúde das estruturas oculares – desde a córnea até o cristalino – identificando a opacidade característica da catarata e diferenciando-a de outras alterações, como a esclerose nuclear, comum em cães mais velhos. Além da avaliação direta, o especialista realiza a tonometria para medir a pressão intraocular, o que é fundamental para detectar possíveis complicações, como o glaucoma. Quando a opacidade do cristalino impede a visualização adequada do fundo do olho, o ultrassom ocular se torna uma ferramenta indispensável para verificar a integridade da retina. Em alguns casos, a eletrorretinografia (ERG) é utilizada para avaliar a funcionalidade da retina por meio da medição da atividade elétrica diante de estímulos luminosos. Caso a cirurgia seja necessária, exames pré-operatórios gerais – como análises de sangue e eletrocardiograma – são realizados para assegurar a saúde sistêmica do cão e a segurança durante a anestesia. Junto com o histórico clínico do animal, esses exames determinam o melhor plano de tratamento, garantindo que o diagnóstico seja preciso e a abordagem terapêutica, a mais adequada para cada caso. Mas lembre-se de sempre se consultar com um profissional