Cardiopatia em Cachorro Idoso: sintomas, causas e o que fazer para cuidar do seu cão

cardiopatia cachorro idoso

A cardiopatia em cães é uma condição mais comum do que se imagina. Assim como acontece com os humanos, o coração do cachorro também pode perder eficiência com o tempo ou sofrer alterações estruturais. Portanto, problemas cardíacos acontecem comumente em cães idosos, mas não exclusivamente. 

Segundo o Purina Institute, cerca de 10% dos cães e 15% dos gatos desenvolvem algum tipo de doença cardíaca ao longo da vida.

Nos cães, as raças pequenas têm mais chances de ter a doença da válvula mitral mixomatosa (DMVM). Essa doença é uma degeneração que acontece na válvula do coração, sendo mais comum, na válvula mitral.

Nas raças grandes, é comum a cardiomiopatia dilatada. Nessa condição, o músculo do coração perde força e o coração aumenta de tamanho.

Alguns sinais podem passar despercebidos no dia a dia, mas identificar cedo faz toda a diferença. Um diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento, evitar crises e garantir mais tempo e qualidade de vida ao seu cão.

Tipos de cardiopatia em cães

As cardiopatias caninas podem ter origem congênita (desde o nascimento) ou adquirida (desenvolvida ao longo da vida). Entre os tipos mais comuns estão:

Doença valvar crônica (ou degeneração mixomatosa da válvula mitral – DMVM)

Esta cardiopatia é a causa mais comum de insufiiência cardíaca em cães. Muito comum em cães de pequeno porte e idosos, como Poodle, Shitzu, Lhaza, Yorkshire, entre outros. A doença valvar crônica também pode ocorrer em caes de médio porte, sendo as raças Cavalier King Charles Spaniel e Cocker Spaniel Ingles de alta predisposiçao.  Ocorre quando a válvula do coração perde a capacidade de fechar totalmente, gerando refluxo de sangue e sobrecarga cardíaca e pulmonar. 

Cardiomiopatia dilatada

Mais frequente em cães de grande porte, como Pastor Alemão, Labrador, Dobermans,  Boxers, entre outros. O músculo cardíaco se enfraquece e o coração dilata, diminuindo a força de bombeamento.

Dobermans e Boxer, em especial, possuem uma predisposição genética importante, sendo no Boxer, muito comum também as arritmias cardíacas, também conhecida como Cardiomiopatia Arritmogênica.

Dirofilariose (verme do coração)

A dirofilariose causada por um parasita transmitido por mosquitos, que pode obstruir artérias pulmonares e levar à insuficiência cardíaca.

Cardiopatias congênitas

Isso ocorre por malformações presentes desde filhote, como estenose pulmonar, comunicação entre átrios ou persistência do ducto arterioso.

Independentemente da origem, o problema leva a uma redução no fluxo de sangue e oxigênio, afetando todo o organismo do cão.

Sintomas de cachorro cardiopata

Os sinais de cardiopatia podem ser sutis no início, mas tendem a piorar com o tempo. Observe se seu cão apresenta:

  • Tosse seca, especialmente à noite;
  • Respiração ofegante mesmo em repouso;
  • Cansaço fácil durante caminhadas;
  • Desmaios ou episódios de fraqueza;
  • Diminuição do apetite e perda de peso;
  • Inchaço no abdômen (barriga d’água);
  • Língua ou gengivas arroxeadas;
  • Dificuldade para dormir deitado.

Esses sintomas indicam que o coração pode estar trabalhando além do limite. É importante procurar um médico-veterinário assim que notar qualquer alteração — principalmente se o seu cão já for idoso ou de raça predisposta.

Causas da cardiopatia em cães

As causas mais comuns são:

  • Envelhecimento natural do coração, que perde elasticidade e força;
  • Predisposição genética, especialmente em raças como Cavalier King Charles Spaniel, Poodle, Pinscher, Shih Tzu e Doberman;
  • Obesidade e sedentarismo, que sobrecarregam o sistema circulatório;
  • Dieta com excesso de sal ou deficiências nutricionais (como taurina e L-carnitina);
  • Doenças secundárias, como hipertensão, hipotireoidismo e infecções.

Manter check-ups regulares é essencial, pois a maioria das cardiopatias é detectada durante exames de rotina, antes de surgir qualquer sintoma.

Diagnóstico

O diagnóstico começa com a auscultação cardíaca — o veterinário pode identificar a presença de sopros ou batimentos irregulares. A existência de outros sinais e sintomas, como a tosse noturna, cansaço, mucosas arroxeadas e ocorrência de desmaios, também podem sugerir doenças do coração. 

A partir daí, exames complementares ajudam a confirmar a suspeita e classificar o tipo de doença:

  • Ecocardiograma: mostra em tempo real o funcionamento do coração e é o principal exame para identificar a cardiopatia.
  • Raio-X de tórax: avalia o tamanho do coração e a presença de líquido nos pulmões.
  • Eletrocardiograma (ECG): detecta arritmias.
  • Exames de sangue: verificam função renal, eletrólitos e marcadores cardíacos.

Com essas informações, o veterinário define o tratamento ideal para cada caso.

Tratamento e cuidados

O tratamento da cardiopatia em cães depende do tipo e da gravidade da doença. O objetivo é melhorar a função do coração e evitar o acúmulo de líquidos.

Entre os medicamentos mais usados estão:

  • Diuréticos, como furosemida, que reduzem o edema pulmonar;
  • Vasodilatadores (enalapril, benazepril), que diminuem a pressão e aliviam o esforço cardíaco;
  • Inotrópicos, como o pimobendan, que fortalecem as contrações do coração;
  • Antiarrítmicos, em casos de batimentos irregulares.

O veterinário também pode recomendar suplementos com taurina, L-carnitina e ômega-3, que auxiliam na função cardíaca.

Alimentação e nutrição

A nutrição é um dos pilares mais importantes na prevenção e no tratamento das cardiopatias caninas. Uma alimentação equilibrada contribui para manter o coração forte, reduz inflamações e ajuda a controlar fatores de risco como obesidade e hipertensão.

Quando o cão já tem diagnóstico de cardiopatia, a dieta deve ser adaptada às suas necessidades metabólicas e ao estágio da doença.

Lembre-se de somente aplicar certos tratamentos e mudar a nutrição do seu cão com recomendação e acompanhamento veterinário. 

1. Redução do sódio

O excesso de sal é um dos principais inimigos do coração — ele favorece a retenção de líquidos e aumenta a pressão arterial, sobrecarregando o músculo cardíaco.

Por isso, as rações terapêuticas para cardiopatas têm teor reduzido de sódio, ajudando a controlar o inchaço e o acúmulo de líquidos nos pulmões e abdômen.

Evite oferecer petiscos industrializados, queijos, frios, embutidos e qualquer alimento humano temperado. 

Mesmo pequenas quantidades de sal podem fazer diferença negativa para cães com insuficiência cardíaca.

2. Controle de peso

O sobrepeso é um fator de risco silencioso para doenças do coração. Um cão obeso exige mais esforço do sistema cardiovascular e respiratório para suprir o corpo de oxigênio.

Manter o peso corporal ideal reduz significativamente a carga sobre o coração e melhora a resposta ao tratamento.

Peça ao veterinário para indicar a quantidade exata de alimento e calorias diárias, de acordo com o peso, idade e nível de atividade do seu pet.

3. Nutrientes essenciais para a saúde cardíaca

Alguns nutrientes são especialmente importantes para proteger o coração:

  • Taurina e L-carnitina: aminoácidos que participam do metabolismo energético do músculo cardíaco. A deficiência de Taurina pode levar à cardiomiopatia dilatada.
  • Ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA): têm ação anti-inflamatória, ajudam na elasticidade dos vasos e melhoram o controle de arritmias.
  • Antioxidantes naturais (vitamina E, C, selênio e coenzima Q10): combatem o estresse oxidativo, reduzindo o envelhecimento precoce das células cardíacas.
  • Magnésio e potássio: minerais que contribuem para o ritmo cardíaco normal e função muscular adequada.

Uma dieta com esses nutrientes em equilíbrio ajuda a manter o coração saudável mesmo em cães idosos, retardando o avanço da cardiopatia e reduzindo complicações.

4. Alimentos funcionais e nutrição de suporte

Além dos nutrientes básicos, alguns alimentos funcionais podem ser aliados do coração:

  • Óleo de peixe de alta pureza (EPA/DHA) como suplemento diário;
  • Extrato de cúrcuma e resveratrol, que têm propriedades antioxidantes e protetoras vasculares;
  • Coenzima Q10, importante para a produção de energia nas células cardíacas.

Esses compostos, quando prescritos corretamente pelo veterinário, ajudam a reduzir inflamações sistêmicas e a proteger o músculo cardíaco contra degeneração.

5. Rotina e hábitos

Além da alimentação, o manejo diário influencia diretamente a saúde cardiovascular. Mantenha uma rotina tranquila, com horários regulares de alimentação e passeios curtos, evitando esforços em dias muito quentes.

O estresse e o calor excessivo aumentam a frequência cardíaca e podem precipitar crises de insuficiência cardíaca.

O que fazer quando o cachorro é cardiopata

Descobrir que o cão tem um problema no coração pode assustar, mas com cuidado e acompanhamento, ele pode levar uma vida longa e feliz.

  1. Mantenha o tratamento rigorosamente conforme prescrito;
  2. Faça retornos periódicos e exames de controle;
  3. Evite situações de estresse e esforço físico exagerado;
  4. Observe o comportamento: tosse, cansaço e falta de ar exigem atenção imediata;
  5. Em emergências (língua azul, desmaio, respiração difícil), leve o pet imediatamente ao veterinário.

Com acompanhamento constante, cães cardiopatas podem viver muitos anos com qualidade, mesmo após o diagnóstico.

Perguntas Frequentes

O que fazer quando o cachorro é cardiopata?

Seguir o tratamento e manter consultas regulares. A medicação contínua, dieta adequada e monitoramento dos sintomas são fundamentais.

Qual a expectativa de vida de um cachorro cardiopata?

Depende do tipo e da fase da doença. Cães com diagnóstico precoce e tratamento correto podem viver cinco anos ou mais após o diagnóstico, com boa qualidade de vida.

Qual remédio dar para cachorro cardiopata?

Apenas o veterinário pode prescrever. Os mais comuns são diuréticos, vasodilatadores e inotrópicos, ajustados à necessidade de cada cão.

Quais os sintomas de um cachorro cardiopata?

Tosse seca, cansaço fácil, respiração ofegante, língua arroxeada e perda de apetite são os sinais mais frequentes.

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Disclaimer: As informações compartilhadas neste conteúdo têm caráter informativo e não substituem a orientação de um médico-veterinário. Cada pet é único, e recomendamos sempre uma avaliação profissional para decisões sobre saúde e bem-estar.