Como saber se o cachorro está com dor: sinais, tipos de dor e o que fazer

Como saber se o cachorro está com dor

Seu cachorro parece mais quieto, diferente do habitual? Pode ser um sinal de dor. Os cães não conseguem expressar verbalmente quando algo os incomoda, mas demonstram desconforto através de mudanças sutis (ou nem tanto) no comportamento, na postura e nos hábitos. Saber identificar esses sinais é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar do seu pet.

Neste artigo, você vai aprender como saber se o cachorro está com dor, quais são os sinais mais comuns, os tipos de dor mais frequentes e o que fazer diante de cada situação.

O que configura a dor em cães?

Antes de compreender os sinais visíveis, é importante entender o que de fato é a dor. 

A dor é uma experiência sensorial e emocional complexa. Se trata  da percepção física de um estímulo, mas também de como ele afeta emocionalmente o indivíduo. 

A definição da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) afirma que a dor é “uma experiência sensitiva e emocional associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”.

Ou seja, mesmo que não haja uma lesão evidente, o cão pode sentir dor.

E mesmo que não consiga verbalizar, ele pode expressar esse sofrimento de outras formas. 

A dor é subjetiva, podendo ser influenciada por fatores como medo, ansiedade, estresse e histórico de experiências negativas. 

Por isso, seu reconhecimento em animais depende principalmente da observação do comportamento e da avaliação clínica.

Tipos de dor em cães

A dor pode ser classificada de diferentes formas, e conhecer essas categorias ajuda a compreender melhor o que o pet pode estar vivenciando:

Dor aguda (adaptativa)

  • Tem início rápido, geralmente associada a uma lesão tecidual recente, como pós-cirurgia, pancadas ou infecções.
  • Está relacionada à proteção e recuperação, sendo um sinal de alerta para que o corpo repouse e se recupere.

Dor crônica (mal adaptativa ou patológica)

Persiste por mais de três meses, mesmo após a cicatrização do tecido.

A dor passa a ser uma condição em si, podendo causar sofrimento contínuo, mudanças comportamentais e até depressão no animal.

Dor inflamatória

Associada a processos inflamatórios locais. É comum em doenças como artrite, infecções ou após cirurgias.

Dor neuropática

Resulta de uma lesão ou disfunção no sistema nervoso (central ou periférico). Pode ser percebida como queimação, formigamento ou dor sem causa aparente.

Dor disfuncional

Ocorre mesmo na ausência de lesão ou inflamação identificável. Está relacionada a falhas na forma como o sistema nervoso processa estímulos.

Dor mista

Muitos quadros clínicos apresentam mais de um tipo de dor ao mesmo tempo, como no caso da osteoartrite, que pode envolver dor inflamatória, neuropática e disfuncional.

Dor clínica

Relacionada a doenças subjacentes que geram dor como sintoma persistente, como câncer, osteoartrite avançada ou enfermidades crônicas.

É multifatorial e geralmente exige tratamento contínuo, com foco tanto na causa da doença quanto no controle da dor percebida.

Costuma envolver mais de um mecanismo (inflamatório, neuropático, disfuncional) e requer abordagem terapêutica integrada.

O que o cachorro faz quando está com dor?

É comum que o tutor fique em dúvida sobre quais sinais de dor procurar no comportamento do pet. Cães que estão sentindo dor costumam mudar a forma como interagem, como se movimentam e até a forma como se alimentam. Por isso, vale ficar atento a alguns comportamentos específicos.

  • Apatia e isolamento: o cão que costumava ser ativo e brincalhão pode se esconder ou evitar contato com os tutores.
  • Falta de apetite: recusar alimentos é um dos primeiros sinais de que algo está errado.
  • Vocalizações anormais: choramingos, ganidos ou latidos em tom mais baixo podem indicar dor.
  • Tremores, respiração ofegante ou pupilas dilatadas: são sinais físicos de estresse ou desconforto.
  • Agressividade repentina: um cão dócil pode rosnar ou tentar morder se estiver sentindo dor, especialmente ao ser tocado.
  • Automutilação: o cão pode começar a se morder ou esfregar a cabeça na parede.
  • Mobilização: ficar parado por muito tento, dificuldade de andar
  • Ficar gemendo, reclamando: o cão pode tentar vocalizar a dor.
  • Olhos fechados e expressão cansada.

Em que posição o cachorro fica quando está com dor?

A forma como o cão se deita ou anda pode revelar bastante sobre o que está sentindo. Alguns adotam posições específicas para aliviar o incômodo, e identificar isso pode ajudar a entender o tipo de dor que estão enfrentando.

  • Dorso arqueado ou posição de oração: indica dor abdominal.
  • Cabeça baixa e corpo rígido: sinal de dor na coluna ou no pescoço.
  • Evita se deitar ou levanta com dificuldade: pode estar com dor nas articulações ou musculatura.
  • Cauda entre as patas e orelhas para trás: mostra medo ou desconforto intenso.

O que fazer se o cachorro estiver com dor?

Ao perceber qualquer sinal de dor, o melhor caminho é buscar ajuda veterinária. Enquanto isso, algumas atitudes ajudam a garantir conforto e segurança ao animal:

  1. Evite medicar por conta própria. Muitos remédios humanos são tóxicos para cães.
  2. Não insista em interações. Deixe o cão descansar em um local tranquilo.
  3. Observe os sintomas. Registre quando começaram e como evoluíram.
  4. Leve ao veterinário o quanto antes. Diagnóstico e tratamento precoce fazem toda a diferença.

Como saber se o cachorro está com dor na barriga (dor abdominal)?

A dor abdominal é uma das que mais preocupam os tutores, já que muitas vezes vem acompanhada de vômitos e letargia. Ela pode surgir por diversos motivos, como alimentação inadequada, infecções ou problemas digestivos.

  • Postura encolhida ou curvada.
  • Vômitos, diarreia ou gases.
  • Abdômen inchado ou dolorido ao toque.
  • Letargia e falta de apetite.

Como saber se o cachorro está com dor no estômago?

Embora semelhante à dor abdominal, a dor no estômago costuma estar mais associada a náuseas e alterações no apetite. Preste atenção a esses sinais:

  • Vômitos frequentes.
  • Salivação excessiva.
  • Apatia.
  • Falta de interesse pela comida.
  • Ingestão de grama ou capim (pode indicar desconforto abdominal em alguns casos)

Como saber se o cachorro está com dor de ouvido?

Otites e outras inflamações no ouvido são bastante incômodas e podem ser percebidas pelo tutor atento. O cão tenta demonstrar que algo está errado, especialmente ao mexer com frequência nas orelhas.

  • Coçar as orelhas com frequência.
  • Sacudir a cabeça ou mantê-la inclinada.
  • Cheiro forte e secreção no ouvido.
  • Sensibilidade ao toque na região.

Como saber se o cachorro está com dor de dente?

Problemas dentários nem sempre são percebidos logo de início, mas podem causar muito sofrimento. Fique atento aos sinais, especialmente na hora da alimentação.

  • Dificuldade para mastigar ou preferência por alimentos mais macios.
  • Mau hálito.
  • Salivação excessiva.
  • Esfregar o focinho ou não permitir que toquem na boca.

Como saber se o cachorro está com dor na coluna ou nas articulações?

A dor na coluna ou nas articulações pode comprometer seriamente a mobilidade e o bem-estar do cão. Esses tipos de dor são comuns, especialmente em cães idosos, raças grandes, animais com sobrepeso ou com predisposição genética a doenças osteoarticulares, como displasia ou artrose.

É importante observar mudanças no comportamento e nos movimentos diários do animal. Alguns sinais clássicos incluem:

  • Evita subir escadas ou pular: o cão pode hesitar ou recusar-se a realizar atividades que antes fazia com facilidade.
  • Anda de forma rígida ou manca: a marcha alterada é um dos sinais mais evidentes de dor articular ou na coluna.
  • Levanta-se com dificuldade: especialmente após períodos de descanso, o animal pode demonstrar rigidez ou lentidão ao se levantar.
  • Demonstra dor ao ser erguido ou tocado nas costas: pode reagir com choramingo, tentar se afastar ou até ficar agressivo por estar sentindo dor.
  • Reduz a atividade física: evita brincadeiras, passeios ou prefere deitar-se por mais tempo que o habitual.

Ficar atento a esses comportamentos ajuda a identificar precocemente problemas articulares ou na coluna e buscar tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida do pet.

Como saber se o cachorro está com dor de garganta?

Quando há inflamação na garganta, o cachorro pode apresentar sintomas semelhantes aos de um resfriado. Alguns comportamentos são bastante característicos.

  • Tosse seca.
  • Voz rouca ou dificuldade para latir.
  • Dificuldade para engolir ração seca.
  • Prefere alimentos úmidos.

Como saber se o cachorro está com dor de cabeça?

Embora mais difícil de perceber, a dor de cabeça também pode afetar os cães. Ela geralmente está associada a outras condições mais complexas.

  • Cão busca locais escuros e silenciosos.
  • Mostra sensibilidade à luz.
  • Pressiona a cabeça contra a parede.
  • Fica desorientado ou anda em círculos.

Como saber se o cachorro não está bem?

Nem sempre a dor se manifesta de forma clara, mas o tutor pode perceber quando o pet não está em seu estado habitual. 

Pequenas alterações no dia a dia podem indicar que algo está errado.

  • Mudanças de comportamento (mais quieto ou agressivo).
  • Alterações no sono ou apetite.
  • Menos disposição para brincar ou interagir.
  • Sinais físicos como vômito, diarreia, claudicação ou lambedura excessiva de alguma região do corpo.

Avaliação técnica da dor em cães

Embora os tutores sejam fundamentais na observação dos primeiros sinais de dor, existem também formas técnicas e padronizadas de avaliar a dor que são utilizadas pelos médicos-veterinários. 

Esses métodos incluem escalas de dor, fisiológicas e clínicas que ajudam a mensurar a intensidade da dor e orientar o tratamento adequado. Como a Escala de Glasgow

Essas ferramentas são essenciais especialmente em casos em que o animal não apresenta sinais tão evidentes ou quando há necessidade de acompanhar a evolução do quadro. 

Portanto, ao levar o cão ao veterinário, ele poderá aplicar essas escalas de forma profissional para identificar com mais precisão o nível de dor e definir o melhor plano terapêutico.

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Identificar que seu cachorro está com dor exige sensibilidade, observação e conhecimento. Acompanhar o comportamento diário do seu pet ajuda a perceber rapidamente quando algo está fora do normal. Ao menor sinal de dor, busque orientação veterinária.

Seu cão confia em você para cuidar dele. Fique atento, seja carinhoso e não hesite em procurar ajuda profissional.

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Disclaimer: As informações compartilhadas neste conteúdo têm caráter informativo e não substituem a orientação de um médico-veterinário. Cada pet é único, e recomendamos sempre uma avaliação profissional para decisões sobre saúde e bem-estar.