Uma das concepções mais comuns é a de que um ano humano equivale a sete anos de um cachorro em termos de envelhecimento. No entanto, essa equivalência é equivocada e tem sido consistentemente rejeitada por veterinários.
Um estudo recente, publicado na revista Cell Systems, apresenta um novo quadro para comparar o envelhecimento de cães e humanos. Em uma dessas comparações, os pesquisadores descobriram que as primeiras oito semanas de vida de um cachorro são comparáveis aos primeiros nove meses da infância humana, mas a proporção muda ao longo do tempo.
A pesquisa utilizou a epigenética, um processo pelo qual modificações ocorrem no genoma, como um marcador biológico para estudar o processo de envelhecimento. Ao comparar quando e quais mudanças epigenéticas marcam certos períodos de desenvolvimento em humanos e cães, os pesquisadores esperam obter insights específicos sobre o envelhecimento humano.
Detalhes do estudo
Os cientistas realizaram uma análise abrangente e compararam quantitativamente a progressão do envelhecimento entre dois mamíferos, cães e humanos. Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI), parte dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), e colaboradores da Universidade da Califórnia (UC) em San Diego, UC Davis e da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh conduziram a pesquisa.
Todos os mamíferos experimentam a mesma linha de desenvolvimento geral: nascimento, infância, juventude, puberdade, idade adulta e morte. No entanto, os pesquisadores há muito procuram eventos biológicos específicos que governam quando essas fases da vida ocorrem. Uma maneira de estudar tal progressão envolve a epigenética – mudanças na expressão genética causadas por fatores que não a sequência de DNA em si. Descobertas recentes mostraram que as mudanças epigenéticas estão ligadas a estágios específicos do envelhecimento e que essas são compartilhadas entre as espécies.
Os pesquisadores concentraram-se em um tipo de mudança epigenética chamada metilação, um processo no qual moléculas chamadas grupos metil são adicionadas a sequências específicas de DNA, geralmente partes de um gene. Afixar essas regiões de DNA efetivamente desativa o gene. Até agora, os pesquisadores identificaram que, em humanos, os padrões de metilação mudam de maneira previsível ao longo do tempo. Esses padrões permitiram a criação de modelos matemáticos que podem medir com precisão a idade de um indivíduo – chamados de ‘relógios epigenéticos’.