Displasia Coxofemoral em Cães: Sintomas, Tratamentos e Mais

A Displasia Coxofemoral em cães é uma doença genética e comum que pode afetar consideravelmente a condição de vida de um cachorro. Também conhecida como displasia de quadril, essa doença ortopédica é caracterizada como um mau encaixe entre a cabeça do fêmur do cachorro e a sua bacia, que formam a articulação do quadril. Em um quadro normal, essa articulação do quadril funciona como um tipo de bole e soquete, mas, na displasia coxofemoral em cães, existe uma má-formação que impede esse encaixe da forma certa. Assim, há um constante atrito entre esses ossos, que causam um desgaste e inflamação na região, o que, por consequência, causa dor no cão. Essa dor pode se tornar crônica e até mesmo levar a perda gradativa dessa função articular. Ou seja, limitação ou perda na locomoção do cãozinho. A displasia coxofemoral em cães não tem cura, mas, tratando adequadamente e com o acompanhamento veterinário, podemos controlar os sintomas e evitar quadros graves. Causas da Displasia Coxofemoral em cães A displasia de quadril em cachorros, é uma doença com múltiplos fatores. A doença é genética e cronica, o que significa que o cachorro já nasce com uma predisposição genética, passada de pai para filho. “Com até 51,9% dos cães de certas raças afetados pela displasia coxofemoral, estudos destacam a necessidade de triagem radiográfica e seleção genética rigorosa. Essas medidas são essenciais para reduzir a incidência da doença e garantir uma melhor qualidade de vida aos animais”, explica Bianca Franzoni, veterinária-chefe do PetMoreTime. Raças que possuem maior incidência de displasia de quadril: Muitos cães de porte pequeno, entretanto, também possuem essa predisposição, como, por exemplo, com a raça Cavalier King Charles Spaniel. Além disso, muitos fatores externos (ambiente, dia a dia) do cão podem influenciar nos sintomas da Displasia Coxofemoral. Entre eles, podemos citar, a nutrição do cachorro. Por exemplo, cachorros que, quando filhotes, recebem alimentação calórica em excesso, acabam crescendo de forma acelerada e isso pode prejudicar o desenvolvimento correto das articulações do quadril. Isso acontece especialmente em filhotes de raças de porte grande. Portanto, sempre invista em um acompanhamento veterinário e peça para ele uma recomendação de dieta balanceada e específica para seu cachorro. Outro fator que muito comumente pode incentivar em um estresse nas articulações do cachorro, e desencadear a displasia, é a obesidade. Um ganho de peso excessivo pode antecipar o aparecimento dos sintomas no cão. A falta de exercício físico e atividades de alto impacto são fatores que prejudicam a articulação coxofemoral. Por um lado, o sedentarismo compromete não apenas a qualidade de vida do cão, mas também o desenvolvimento adequado dessa articulação. Por outro, exercícios repetitivos de alto impacto — como corridas excessivas, pisos escorregadios que levam ao deslize ou saltos frequentes — podem causar lesões e acelerar o desgaste articular. Outros fatores como conformação corporal do animal e condições de fraqueza ligamentar estão associadas a maior probabilidade da displasia de quadril. Sintomas da displasia de quadril em cães A displasia não aparece do dia para a noite – ela vai dando sinais ao longo do tempo, e quanto antes você identificar, melhor será a qualidade de vida do seu amigo de quatro patas. Vamos entender juntos como reconhecer os sintomas em cada fase. Atenção: Muitos desses sintomas podem começar de forma leve e evoluir gradativamente. Alguns cães disfarçam bem a dor! Se notar qualquer mudança no comportamento do seu pet, não espere piorar. Displasia tem tratamento, e quanto antes começar, mais conforto você vai poder oferecer ao seu melhor amigo. Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico da displasia coxofemoral é feito por meio de avaliação clínica e exames de imagem. Inicialmente, o veterinário realiza um exame físico ortopédico, podendo incluir testes, como o de Ortolani, para detectar frouxidão articular. A confirmação é feita principalmente por meio de radiografias da bacia e dos quadris, que mostram a conformação dos ossos e o grau de incongruência, além de identificar artrose ou outras lesões. Em filhotes, técnicas como o método PennHIP permitem um screening precoce, mas o diagnóstico definitivo geralmente ocorre quando o animal atinge a maturidade esquelética (cerca de 1,5 a 2 anos). Tratamentos da Displasia Coxofemoral em cães A displasia coxofemoral não possui cura definitiva, mas existem várias abordagens para melhorar a qualidade de vida do seu pet. O tratamento é sempre personalizado e varia de acordo com o grau da displasia, a idade e o condicionamento do animal. Independente da abordagem escolhida, o tratamento deve ser orientado por um médico veterinário e pode combinar várias dessas estratégias. Lembre-se de que a displasia é uma condição crônica, onde o objetivo é controlar a dor e preservar a função articular ao longo da vida do animal. Com um manejo adequado, muitos cães conseguem levar uma vida confortável e feliz. Confira as principais opções: 1. Controle de Peso e Dieta Manter o cão em um peso saudável é fundamental. Uma dieta balanceada, com rações de qualidade que contenham condroprotetores naturais – como glucosamina e condroitina – ajuda a reduzir a sobrecarga nas articulações. A perda de peso, quando necessária, pode aliviar os sintomas e melhorar a mobilidade. 2. Exercícios Controlados e Fisioterapia Atividades de baixo impacto, como caminhadas moderadas e natação, são ideais para fortalecer a musculatura sem prejudicar as articulações. A fisioterapia, com recursos como alongamentos, hidroterapia, massagem e terapias alternativas (acupuntura, laserterapia e magnetoterapia), contribui para aumentar a amplitude de movimento e reduzir a dor. 3. Medicação e Suplementação O uso de analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) é comum para controlar a dor. Além disso, medicamentos condroprotetores injetáveis e suplementos alimentares – contendo glucosamina, condroitina, ômega-3, colágeno tipo II, MSM e ácido hialurônico – são recomendados para nutrir a articulação e retardar a progressão da artrose. 4. Tratamento Cirúrgico Nos casos mais graves, quando o animal apresenta dor intensa ou limitações severas, pode ser necessário recorrer à cirurgia. Entre as opções estão: Prevenção da displasia de quadril em cães Embora a displasia coxofemoral tenha uma forte base genética e não possa ser evitada em todos os